Como é produzido o etanol?
Como o etanol é produzido a partir de recursos renováveis - milho, cana-de-açúcar e beterraba -, ele é considerado um biocombustível: uma opção mais sustentável aos que têm como base o petróleo.
O Brasil, além de ser o maior produtor no mundo, tem a vantagem de usar como base a cana-de-açúcar, que tem maior rentabilidade e seu bagaço ainda pode ser usado para a produção energética.
Isso acontece porque o clima e o solo brasileiro são os ideais para a plantação desse produto. Não à toa, em 1975, o governo federal lançou o Programa Nacional do Álcool (Pró Álcool) como um incentivo para buscar fontes alternativas de energia.
Os sinais de alerta do etanol e a busca por soluções
Mas se nem tudo é perfeito, com o etanol não seria diferente. Apesar de sua produção ser bem mais vantajosa para o meio ambiente, é preciso ter alguns cuidados. O uso excessivo do solo para a plantação de cana-de-açúcar compete diretamente com as áreas de plantio de alimentos.
Além disso, o vinhoto - um subproduto do processo de fabricação do etanol - é responsável pela contaminação das águas e dos solos quando despejados em locais impróprios. A boa notícia é que tanto no caso do subproduto quanto no uso das terras, já existem soluções para diminuir o impacto.
No caso da plantação, o uso de resíduos agrícolas pode ser o suficiente para produzir um etanol de segunda geração e o vinhoto pode ser usado para a produção de biogás, reduzindo o impacto no meio ambiente.
O que é etanol e o passo-a-passo da produção
O etanol é uma substância líquida em condições normais de temperatura e pressão, e sua fórmula molecular é constituída por dois átomos de carbono, cinco de hidrogênio e um grupo hidroxila (C2H5OH). Sua existência se divide em duas categorias: o hidratado, que possui 5% de água e é vendido nos postos de combustíveis, e o anidro, com apenas 0,5% de água e que é usado apenas em produções industriais.
Ambos têm o mesmo início de produção no Brasil: a cana-de-açúcar é lavada com água, triturada e moída enquanto materiais ferrosos são retirados. Após esse passo, ela é esmagada, em que aproximadamente 70% do material vira caldo - um líquido rico em açúcar de onde é posteriormente extraído o etanol - e os 30% restantes viram bagaço - que podem ser usados para gerar energia verde.
Após alguns processos para retirada de impurezas, o caldo é misturado com um tipo de fermento específico. Os microrganismos presentes nesse fermento se alimentam do açúcar e geram gás carbônico e álcool. É nessa hora que é produzido o vinhoto, que mencionamos acima. Como esse vinho fermentado possui apenas 10% de álcool, ele vai para uma área de destilação, onde é aquecido até evaporar e depois condensado de volta à forma líquida.
É dessa destilação que sai o etanol hidratado, líquido com 96% de álcool. Caso o objetivo seja obter o produto anidro, esse combustível passa por mais um processo de desidratação para chegar à taxa de 99,5% de álcool.
A TotalEnergies engajada com a transição energética
Atualmente o uso do petróleo corresponde a 30% do mix energético mundial, mas segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), até 2040 este percentual deve ser reduzido a 20%, visando o controle das emissões de CO2 no planeta.
Firmando seu compromisso com a transição energética, na última década a TotalEnergies investiu mais de 500 milhões de euros no desenvolvimento de pesquisas e desenvolvimento de biocombustiveis. A refinaria de La Mède é um exemplo, a maior biorefinaria da França e uma das maiores da Europa, com capacidade para produzir 500 mil toneladas do biocombustível chamado óleo vegetal hidratado (HVO) em um ano.
Saiba mais sobre o compromisso da TotalEnergies com os biocombustíveis.
Leonardo Urdaneta
- Técnico Automotivo e Engenheiro Mecânico
- 15 anos de experiência na indústria automobilística
- Apaixonado pelo mundo dos motores desde criança e gearhead convicto