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O que é e como funciona a injeção eletrônica

Descubra o que é e como funciona a injeção eletrônica

Nos motores de combustão interna, é necessário misturar ar com combustível, a fim de realizar a queima e subsequente produção de potência. Para realizar a queima completa de combustível a fim de manter a eficiência do nosso motor o mais alta possível e assim ajudar a reduzir o consumo de combustível, precisamos misturar ar e combustível em quantidades ideais, o que se conhece como “Mistura Estequiométrica”. No caso de motores ciclo Otto a gasolina, esta mistura é de 14,7 partes de ar para 1 parte de gasolina.

Historicamente, desde os primórdios dos motores de combustão interna, este controle da mistura ar-combustível foi realizado maiormente pelos carburadores. Em meados do século XX os sistemas de injeção mecânica podiam ser encontrados em diversos veículos, porém, a grande maioria dos veículos de produção continuavam usando carburadores. Foi apenas a partir da década de 1980 que a injeção eletrônica começaria a substituir os carburadores nos veículos de produção em massa. No Brasil, a presença de carburadores em veículos novos durou até o final da década dos 90s. Hoje em dia, todos os carros 0km vendidos no país contam com injeção eletrônica.

Em termos gerais, a injeção eletrônica é muito mais eficiente do ponto de vista de controle da mistura ar-combustível que os carburadores, isto é, porque a injeção eletrônica consegue fazer ajustes durante a operação do motor, podendo corrigir a mistura e outros parâmetros (como tempo de ignição, marcha lenta, temporização de válvulas, etc) sem necessidade do veículo estar parado, como ocorria com os carburadores. Devido a que a mistura é mais eficiente, o consumo de combustível é reduzido ao comparar com os carburadores, e consequentemente, ajuda na redução de emissões de gases poluentes.

Um exemplo prático de como a injeção eletrônica difere dos carburadores na questão de realizar ajustes diretamente sem ser necessária a intervenção do motorista ou mecânico, é quando transitamos com um veículo em estrada com uma altitude sobre o nível do mar elevada. A medida que subimos do nível do mar, a densidade do ar diminui, o que tinha um efeito notável em veículos carburados, requerendo que fosse ajustada a mistura ar-combustível manualmente quando o veículo fosse transitar numa altitude significativamente diferente da qual ele normalmente transitava (veículo de litoral que vai transitar numa serra ou alta montanha, por ex). Com a injeção eletrônica, este ajuste é automático e realizado pelo computador do veículo, sem requerer nenhuma ação externa. O veículo não perde potência ao transitar na altitude, a diferença dos carburados aonde a perda de potência com a altitude era notória caso o motorista não ajustasse o carburador para compensar o ar rarefeito da altitude.

Como funciona a injeção eletrônica?

Os sensores, os atuadores e a central de informações são os três grandes pilares desse sistema. De forma resumida, os primeiros identificam as condições de funcionamento do carro e enviam essas informações para a central. Lá, esses dados são gerenciados para que os atuadores sejam acionados e ajam de acordo com a necessidade.

Na prática, é claro, o processo é bem mais complexo. Os sensores estão distribuídos no motor em sequência para verificar a pressão, quantidade de combustível injetado, velocidade e proporção de reagentes. Quando um deles para de funcionar, o veículo continua em movimento, mas suas funções são comprometidas e logo é aceso um sinal no painel para comunicar o problema.

Depois que esses dados são enviados para a central de informações - ou unidade de comando -, é definido o quanto de combustível é necessário enviar para o motor. Além disso, é ali também que informações essenciais sobre o veículo ficam armazenadas.

A central, então, libera o comando para os atuadores, que são os responsáveis diretos pelo envio e queima de combustível. Esse mecanismo se apresenta em vários elementos diferentes, como os injetores, bomba de combustível e distribuidor ou bobina.

É dessa forma também que é possível corrigir o ponto de ignição e o comando das válvulas, além de adaptar a marcha lenta.

Quais são os tipos de injeção eletrônica?

Há duas opções principais: a analógica e a digital. Na analógica, os impulsos elétricos são enviados por uma única linha de comando. Por sua baixa complexidade, é mais fácil identificar a causa de um problema - por outro lado, esse sistema não fornece um relatório detalhado com as condições do motor.

Já o digital funciona como um computador. A leitura de dados e a resposta, nesse caso, são automatizadas por um software que pode, inclusive, ser atualizado de tempos em tempos - o que normalmente é feito durante a revisão. Além disso, com um scanner automotivo é possível ter um informações detalhadas sobre o funcionamento do motor.

Sustentabilidade e TotalEnergies

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Leonardo Urdaneta

  • Técnico Automotivo e Engenheiro Mecânico
  • 15 anos de experiência na indústria automobilística
  • Apaixonado pelo mundo dos motores desde criança e gearhead convicto